quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Seminário de Pesquisa com Miriam Levinbook







Palestra Miriam Levinbook





Miriam conta que o foco principal de sua viagem era a feira de tendências para o inverno, Premiere vision, mas, além disso, visitou as grandes magazines de luxo de paris como a Printemps, a galeria Lafayette, a Zara e também uma feira de antiguidades, e não poderia deixar de ver a exposição de Valentino.

Segundo Mirian as vitrines da Printemps estavam todas fazendo uma homenagem ao rock, misturaram o rock com a alta costura, com a moda. Já a feirinha de antiguidades tinha de tudo, muito jacquard, rendas, xadrez, alfaiataria e muita coisa estruturada, desenho em cashmere, era um mix de tudo, uma releitura da década de 70, mistura de vários tecidos, as cores mais usadas eram o vermelho e o mostarda. A arquitetura é a palavra chave para esta estação.

Sobre a exposição de Valentino: É a primeira mostra dedicada a um estilista italiano neste museu, onde podemos ver uma trajetória repleta de glamour e claro, de vermelho, em mais de 200 peças de alta costura.

Esta exposição percorre os eventos mais marcantes na carreira do designer. Após sua despedida, em janeiro de 2008 e depois de 45 anos no mundo da moda, o Museu de Artes Decorativas de Paris presta uma homenagem ao estilista Valentino com uma retrospectiva de seu trabalho.
Não era uma exposição linear, não estava dividida por décadas e as roupas criadas por Valentino antigamente podem ser usadas hoje, pois são muito modernas.

Premiére Vision

Tendências para o inverno 2009/2010
Expofil: fios e fibras
Premiére vision: tecidos

Fóruns: sedução, distinção e relax

Sedução: seda, lã, matelasse, jacquard, crepe, tecidos fluidos, voile, tafetá, transparência, brilho, laminados e lurex.

Distinção: estruturados, envelopante, referencia arquitetural, tecidos inteligentes, strech, mescla (fibras misturadas), acabamentos plastificados, referências da década de 60.

Relax: fibras ecologicamente corretas, jeans wear, índigo cinza e marrom, dupla face, maquinetas, desenho no próprio tecido, malha com elastano.

Cores: cor de raiz, cor de lama, cor de trufa e cor de alga, roxo, vermelho, violeta, azul, salmão, creme e cores cítricas.

Bianca Pocai

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Palestra com Amauri Marques



Confirmação de Tendências – Inverno 2009 – Malharia Retilínea


Paleta de Klimt



  • Exuberância nas cores de pedras preciosas, das penas de pavão e das borboletas;

  • Influencia do Art Nouveau, do Oriente;

  • Contrastes sempre densos, dramáticos, com uma pitada de brilho;

  • Desenhos de arabescos;

  • Fios finos, com brilho, fazem parte dessa influência que reúne o espírito dos anos 70, do estilo Yves Saint Laurent, a liberdade Hippie, o Art Nouveau...

  • A proposta é somar cores intensas, criando uma atmosfera exótica de cores sofisticadas aliadas ao brilho;

  • Base de cores: azul carbono, roxo, pink e ate mesmo o mostarda;

  • Cores que saem das pedras semipreciosas e enriquecem a paleta;

  • Vitrais também são uma referência iconográfica.

Grafismo Folk



  • Motivos inspirados nas antigas tradições dos Índios Navajos, dos Irlandeses e Escandinavos do Leste Europeu;

  • Muita intársia, desenhos que se repetem;

  • Golas, punhos e barras valorizadas por motivos gráficos, que se repetem;

  • As culturas mais antigas, quase mitológicas, nos revelam símbolos da natureza e encantam pela sua simplicidade;

  • Gama de cores vibrante: vermelho, preto, branco, beges... Fios rústicos, grossos, irregulares... Efeito de tingimento primário.

Intenso!!



  • A cor em extrema saturação, sozinha ou em blocos;

  • Energia para um inverno marcante;

  • Mais presente nas peças de cima, e foco especial no mercado jovem;

  • Fios foscos, mais fechados, que conseguem transmitir a força das cores marcantes;

  • Palavras-chave: energia, jovialidade, contraste, um toque de luz no inverno!

  • Reflete a vontade de esquentar o guarda-roupa com peças pequenas, mais cheias de valor.

British Countrytside



  • Tweeds xadrezes, relevos e emendas lembram uma vida simples, que tinha sua sofistificação na qualidade;

  • Motivos de flocos de neve, de renas, losangos, pontos grossos, fios lanosos, efeitos de pontos manuais, um ar de campo inglês…

Praticidade Urbana



  • A forma simples, a herança do vovô/ da vovó: cárdigã, casaquinho Chanel e pulovers valorizados por fios cada vez mais leves, simples, macios.

  • Muitos tons neutros, porem os mais modernos apostam nas cores claras e elas nos tons patel;

  • Destaque aos clássicos renovados: cinzas quentes, marrom-mescla;

  • Preferência por peças com abertura frontal de botões;

  • Detalhe vintage: golinha para elas, transpasse para eles...

  • Um toque de performace: um toque de elasticidade garante o look mais ajustado.

Escultural



  • Mais importante que a cor é a construção da peça: ênfase aos volumes, notadamente ombros, golas e barras;

  • A cor lisa, ou misturas clássicas, valorizam a forma;

  • Simples ou complexa, a forma tem que criar impacto, poderoso de preferência;

  • O segredo esta em como estruturar a peça: mistura de fios, de texturas, de volumes;

  • Influência do guarda-roupa masculino, influência da Balenciaga, e da elegância das atrizes dos anos 50.

consultor de moda - Amauri Marques


Bianca Pocai

Palestra Santana Textiles - Ronaldo Fraga





Palestra Santana Textiles – Ronaldo Fraga

Foi realizada pela Santana Textelis, no dia 17/09/08, na Faculdade Anhembi Morumbi, uma palestra com Ronaldo Fraga. Onde nos foram passadas informações da empresa e muitas dicas de Ronaldo.



  • A Santana Textiles começou fabricando redes e agora tem a mais alta tecnologia utilizada em maquinários.

  • Produz em media 7 milhões de tecido denim por mês.

  • Tem quatro unidades localizadas no Brasil.

  • Parcerias: Animale e Ronaldo Fraga.

  • Primeira indústria têxtil da América Latina convidada a participar da Premiere Vision.

  • Em 2004 a Santana Textiles criou o Jeans Tudo, programa criado com a intenção de levar informações ao mercado de moda.

  • A Santana assina suas criações com o selo de responsabilidade Carbon Free. Eles revertem todo o carbono produzido plantando arvores.

  • A Qualidade, Parceria e a Criatividade resultam no Produto.

Ronaldo Fraga

Ronaldo é considerado um dos nomes mais importantes da história da moda no Brasil pela busca de identidade na contramão da tendência.
É mineiro de Belo Horizonte, Formado pela UFMG, pós-graduado pela Parson´s School de Nova York, e Millenery pela Saitn Martin´s School de Londres. (http://www.ronaldofraga.com.br/)

Ronaldo diz que: as tendências transformadoras não estão ligadas só as roupas, mas também a culinária, ao corpo, a casa, ao trabalho e tudo que faz parte do nosso cotidiano.
Olhar o individual de quem faz e de quem usa, e o olhar de um para o coletivo é essencial no mundo da moda.


  • Coleções apresentadas por Ronaldo Fraga:

Primeira coleção: A China

Ronaldo Fraga viajou até a China para criar esta coleção, e apresentou um desfile performático, com muitos vestidos variando de longos a curtos, estampas exageradas, e cores fortes.
A passarela lembrava o refeitório de uma fábrica chinesa, os modelos tinham a cara China, bem se tratando de Ronaldo Fraga, não preciso nem dizer que o desfile estava incrível.

Segunda Coleção: Loja de Tecidos

Ronaldo conta que quis colocar um pedacinho de cada uma de suas coleções passadas na passarela, como se as roupas fossem fantasmas, como se elas ficassem lá. Então montou na passarela um varal com roupas de tule, por onde as modelos passavam. Ronaldo brincou muito com os tecidos, misturando formas e texturas, ele conta que conhece um tecido pelo seu cheiro ou barulho, graças ao período que trabalhou em uma loja de tecidos no início de sua carreira.

Terceira Coleção: São Francisco

O estilista conta que queria ter uma opinião própria sobre o Rio São Francisco, então viajou ate lá para conhecer o rio de perto, e sentir o que ele tinha de especial para poder colocar isto em sua coleção
Uma das observações de Ronaldo foi que: antigamente o São Francisco era só de água doce, agora o mar já invade o rio.
O desfile estava no clima do rio, muitas estampas de peixe, estampas que lembravam o casco dos barcos, e muito jeans que foi um dos destaques da coleção, assim como a consciência ecológica.
Enfim mais uma obra de Ronaldo.

Pontos citados por Ronaldo:


  • A moda se relaciona com a arte quando transforma o ordinário em extraordinário.

  • Ela é uma forma de expressão, uma reescrita.

  • Pequenos detalhes podem mudar tudo.

  • A grande discussão da moda: uma vez construído de que forma produzir, de que forma vender?

  • A moda brasileira precisa buscar sua identidade, a “marca Brasil” precisa se mexer.

Bianca Pocai




terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bate Papo com Baba Vacaro






Baba Vacaro é formada em design de produto, na época em que ela prestou faculdade as pessoas nem sabiam o que era essa profissão, o país estava passando pelo período da ditadura e as pessoas não tinham acesso a informação, o país estava fechado para o mundo.
Baba então recorreu ao designer italiano, e foi assim que começou a trabalhar, ela queria fazer a diferença, queria fazer algo que não existia aqui, depois de formada foi difícil arrumar emprego, as pessoas demoraram para descobrir o papel do designer no mercado.
Antes do golpe militar existia uma boa perspectiva na moda, na musica, nas artes... Mas depois o Brasil ficou parado praticamente por 20 anos e foram nos anos 80 que tudo começou a voltar a funcionar. Hoje em dia já existe um mercado maduro disposto a consumir o que lhe é oferecido.
Baba conta que no início da carreira foi um pouco frustrante, não era fácil encontrar emprego, ela tinha varias idéias, propostas, mas ninguém se interessava o mercado não estava preparado para receber os designers de produto, mas hoje em dia é diferente, Baba é uma designer renomada e muito requisitada no mercado, ela direcionou seu trabalho e agora tem parceria com outras marcas que fazem produtos para o dia-a-dia.
A designer trabalha para profetizar aquilo que as pessoas precisam, fazendo algo para melhorar a vida de cada um que vai utilizar aquele produto, e ainda se preocupa com a sustentabilidade, utilizando materiais ecologicamente corretos.

Empresas parceiras de Baba:

  • DOMINICI (Empresa de Luminárias)

A empresa foi fundada por um imigrante italiano, que veio para o Brasil fugido da guerra na Itália, na época em que ele chegou, São Paulo estava se desenvolvendo, estava tudo em construção, ele então resolveu fazer uma exposição com a peças que trouxe da Itália, a exposição foi um sucesso e ele vendeu tudo, assim resolveu abrir uma loja no Brasil.
Baba trabalha há 10 anos na empresa, e conta que quando entrou a marca estava bem caída, desvalorizada pelo mercado, para levantar e valorizar a marca ela estudou e descobriu o que ela tinha de melhor, educando o mercado e destacando as vantagens e os pontos altos da DOMINICI.

  • DPOT (Empresa de Móveis)

A empresa foi fundada no inicio de 2000 e Baba começou seu trabalho lá em 2004, levantando a questão do designer brasileiro na época da Bossa Nova.
Hoje na DPOT eles fazem móveis que falam da história do produto brasileiro, tentam transmitir nos produtos a emoção do povo brasileiro, sua alma, carregando de signos que transpareçam a cara do país.

  • AVANTI (Empresa de Tapetes)

Hoje em dia o departamento de designer desta empresa fica um pouco afastado da fábrica, para Baba isso é ruim, pois ela gosta de colocar a “mão na massa”, mas ela conta que estão havendo alguns ajustes e que isto será mudado.
A característica marcante desta empresa é que ela mostra seu produto de uma maneira mais objetiva.

  • ST. JAMES (Empresa de produtos para a mesa)

Esta fabrica trabalha com produtos de mesa, como bandejas, jarras, pratos, vasos... e utiliza a prata como seu principal material, que acaba tendo um valor simbólico, é como um ritual, o momento da refeição, de partilhar, a família reunida, eles procuram trabalhar este lado. Estão dando uma garimpada na marca, Baba quer deixar a St. James com a cara da St. James, uma marca requintada que sempre ditou tendências.

Métodos de trabalho:

Baba diz que quando cria procura utilizar o mínimo possível de material para o máximo possível de resultado.
Tudo que ela precisa criar esta na cabeça dela, daí ela junta com todo seu repertório e assim resultam os produtos.
Ela conta que o que faz a diferença em seus produtos é o jeito de pensar nele, e no conceito da marca fazendo com que ela evolua, e produza algo que tenha a sua cara, a sua característica.
A designer também trabalha associada a outros tipos de designers, como designers de moda, ele fala que fazer esse mix é muito rico, fazer essa mistura de repertorio é muito amplo para ambas as partes.
Hoje em dia a tecnologia é uma grande aliada dos designers, pois ela consegue fazer com que o produto seja produzido em larga escala, sem perder sua identidade.

Bianca Pocai

Exposição Bossa 50 anos






Exposição Bossa 50 anos

A Bossa Nova nasceu no Rio de Janeiro há 50 anos atrás, foi uma nova forma de expressão de arte que surgiu no mercado cultural, um samba nascido das contradições da nossa sociedade, as letras eram inspiradas tanto nas canções de rádio, como nas poesias modernas e textos jornalísticos.
O samba-jazz, a canção de protesto, a MPB entre outras, se originaram da bossa.

“...Se fosse possível resumir as suas características, diríamos que ser Bossa Nova é perseguir o essencial e tentar a harmonia dos contrários. Coisas nada fáceis, porque se confundem com almejar a perfeição.” Walter Garcia

Para homenagear os 50 anos da Bossa Nova, a Porto Seguro apresentou uma exposição no Parque do Ibirapuera, que aconteceu do dia 15/07 até o dia 24/08, e foi cedida no pavilhão da bienal onde foram expostos capas de discos pelo olhar atento de Charles Gavin, sobre a coleção de Caetano Rodrigues, mais de 300 fotografias do acervo da Agência do Estado e algumas de arquivos pessoais, a pesquisa de Walter Garcia, 20 looks de Ronaldo Fraga criados especialmente para a exposição, o registro televisivo de Fernando Faro, gravações raras e canções fundamentais da Bossa e as curvas de Oscar Niemeyer como cenário para o movimento.

E ao mesmo tempo na Oca aconteceu do dia 18/07 até o dia 07/09 uma exposição patrocinada pelo Itaú Brasil, batizada de “Bossa na Oca”, foram quatro andares de vídeos, espaços reservados e muita musica pra quem quer conhecer a história da bossa e viajar nos seus encantos.

No térreo o público pode conhecer os ícones da década de 50, tais ícones que influenciaram a bossa, e saber o que acontecia no mundo em relação as artes, ao cinema e a musica nessa época.
Já no sub-solo, um pedacinho da praia de Copacabana é trazida a São Paulo, uma montagem do famoso calçadão, painéis eletrônicos e um documentário que conta o começo de tudo.
No primeiro e segundo andar, a vida de João Gilberto, um dos pais da bossa, letras e inspirações e frases de Tom Jobim, Caetano Veloso e Vinícius de Moraes. Ainda no terceiro andar uma projeção de mar no teto, e sofás, para o publico sentar e relaxar a beira do mar.

Enfim uma exposição incrível mesmo pra quem não viveu nessa época, como eu, se sente no anos 50, no mundo da Bossa.




Bianca Pocai